“Quanto posso ganhar a trabalhar como freelancer?”. Esta é uma pergunta que certamente passa pela cabeça de muitos profissionais que pretendem trabalhar como freelas. É uma questão justa, tendo em conta que os ganhos financeiros são sempre um fator a ter em conta na hora de escolher a carreira profissional. Porém, esta é uma resposta muito difícil de ser encontrada, visto que o freelancer pode trabalhar em inúmeras áreas e como é óbvio, algumas são mais rentáveis do que outras. Para ter uma ideia dos valores é necessário pesquisar por infográficos e análises estatísticas realizadas por outros sites. Mas essa pesquisa torna-se um pouco mais complexa pelo fato de estarmos falando no mercado de língua portuguesa, onde o número de estudos é ainda mais reduzido ou até praticamente nulo.
Ainda há bem pouco tempo, o site DesignNerd fez uma pesquisa onde perguntou aos seus leitores quanto eles cobravam pelo desenvolvimento de sites, cartões de visita, logotipos, entre outros. Os resultados variavam muito, principalmente consoante os Estados em que esses profissionais trabalhavam. Na criação de logotipos, por exemplo, esse serviço custava R$ 950 no Rio de Janeiro enquanto em Minas Gerais esse valor descia para os R$ 580. Já na arte de criação de cartões de visita os valores máximos eram os R$ 240 no Rio de Janeiro contra os RS 160 do Norte e Nordeste do Brasil. Porquê isso acontece? A explicação é muito simples: muitos profissionais freelancers variam os seus preços consoante os Estados em que vivem, devido ao custo de vida ser mais elevado, aos clientes terem mais poder de compra, etc. É uma análise justa, mas que torna ainda mais difícil responder à questão “Quanto ganha um profissional freelancer?”.
BRASIL NO 20º LUGAR DO RANKING MUNDIAL
O trabalho de freelancer é muitas vezes visto como algo precário, que é uma opção em caso de desemprego ou até mesmo que não é um trabalho para toda a vida. No entanto, essa opinião tem vindo a mudar durante os últimos anos e o estudo mais recente que comprova isso mesmo foi realizado pelo site Freelancer.com. Só durante os últimos oito meses, o Brasil movimentou através daquele site mais de US$ 1 milhão. O país está no 20º lugar mundial no ranking de usuários da rede e é líder na América Latina. Ao todo, 5.700 mil companhias brasileiras contratam pessoas através da plataforma. Entre os países que mais contratam brasileiros estão os Estados Unidos (42,18%), Reino Unido (9,34%), Canadá (5,19%), Austrália (3,96%) e Brasil (3,91%). Mais de 20 mil projetos foram entregues pelos freelancers nacionais. As categorias mais comuns são as de trabalhos que envolvem as linguagens de programação e design de sites.
Tendo em conta a boa representação do Brasil no cenário mundial – uma representação que deverá subir nos próximos anos – é de considerar a profissão de freelancer como algo bem mais rentável a longo prazo do que é atualmente. Mas quanto isso representa em ganhos reais para cada profissão? Vamos aos números…
QUANTO MENOS DEPENDER DA LÍNGUA, MELHOR
Se por um lado é verdade que a língua portuguesa é a sexta mais falada a nível mundial, também é certo que a língua acaba por ser uma limitação. Quem souber inglês tem atualmente no mercado uma vantagem enorme. Em primeiro lugar porque pode recebe em dólares ou euros, sendo que os Estados Unidos e países europeus tendem a pagar sempre um pouco mais. Por outro lado, concorrem a um maior número de ofertas. Quem der uma olhada no Freelancer ou no Odesk verá que grande parte das ofertas aparecem na língua inglesa.
Sabendo que encontrar valores em português era algo muito difícil, fui pesquisar algumas das principais referências de estudos ingleses para poder dar uma noção de quanto se recebe por trabalhar em determinadas áreas na língua inglesa. Vejamos:
- Estudo publicado no Facebook da Escola Freelancer: Partilhei com os leitores da Escola Freelancer no início do mês de abril uma imagem que representava os valores ganhos por ano pelos designers gráficos em vários países. Como seria de esperar, Brasil e Portugal ficarem de fora. Suíça (US$ 96 mil), Austrália (US$ 64 mil) e Espanha (US$ 59 mil) eram os mais bem pagos da lista.
- Estudo realizado pelo Socialcast: Outro estudo muito interessante realizado pelo Socialcast demonstra bem os valores ganhos por hora pelos freelancers. Freelancers de softwares (US$ 73/hora), Fotógrafos (US$ 69/hora), Gestor de projetos (US$ 58/hora), Produção de vídeo (US$ 52/hora), Programador (US$ 49/hora), Design gráfico (US$ 49/hora), Ilustrador 3D (US$ 48/hora), Web Designer (US$ 46/hora), Escritor (US$ 44/hora), Ilustrador (US$ 41/hora) foram as profissões analisadas. Outros dados interessantes analisados foram os ganhos vs experiência do profissional. Segundo o mesmo estudo os profissionais com mais de cinco anos de trabalho tendem a ganhar entre 59 a 84 dólares por hora enquanto aqueles que têm menos de cinco anos de experiência recebem valores que rondam os 44 e os 49 dólares. Para ver o relatório completo clique aqui.
- Crescimento do mercado: O site freelancer.com fez, há pouco tempo, um estudo muito interessante onde ele fala sobre o crescimento das várias profissões nos primeiros três meses de 2013. Aconselho que dê uma olhada clicando aqui. Garanto que alguns dos resultados vão deixá-lo surpreendido.

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Ainda existem freelancers que gostam de esconder o seu trabalho, deixando de criar portfólios relevantes ou de participar nas redes sociais de uma forma ativa. Talvez isso aconteça por um excesso de humildade ou até pelo medo de ter o seu trabalho avaliado por várias pessoas. Contudo, esse é um hábito que deve ser retirado o quanto antes. O mercado conta com milhares de profissionais de qualidade, dispostos a triunfar na sua carreira de freela. E aqueles que vão sobreviver a longo prazo são os que souberem divulgar corretamente e afincadamente o seu trabalho. O Facebook, tal como explicamos no nosso livro Facebook para negócios, é uma excelente ferramenta mas existem outras tais como o LinkedIn, o Twitter ou até mesmo o Google Plus.
TRABALHE DE FORMA EXPONENCIAL
A qualidade do seu trabalho evolui ano após ano e os preços devem acompanhar essa mesma subida. Só assim poderá almejar ganhos maiores. Além disso, preços mais caros trazem clientes mais exigentes, que depois também obrigam que você realize melhores resultados.
Mas se você está interessado em artigos sobre “preços” no mercado de trabalho freelancer, o melhor mesmo é dar uma olhada em alguns destes posts pois eles vão dar uma noção de quanto cobrar em algumas das principais profissões:
- Quanto deve cobrar o tradutor freelancer?
- Razões porque você não vai ganhar mais dinheiro enquanto freelancer
- Quanto custa trabalhar por conta própria?
- Quanto cobrar para fazer a gestão de mídias sociais?
- Qual o preço que devo cobrar nos meus serviços?
- Quanto o escritor/redator deve cobrar pelos seus textos?
CONCLUSÃO
Quando normalmente me perguntam quanto um profissional pode ganhar eu respondo: depende. Em primeiro lugar depende da sua qualidade, em segundo da forma como se posicionada no mercado e depois da forma como sabe lidar com clientes. Estes são, a meu ver, os três pilares. E claro, todos eles variam consoante a área de negócios. Um redator freelancer não pode querer ganhar o mesmo que um programador de aplicativos para smartphones, por exemplo. Além disso, muitos freelas trabalham em part-time enquanto outros são trabalhadores autônomos a tempo inteiro, o que cria mais uma dificuldade na análise dos ganhos.
Eu sou bastante otimista quanto aos ganhos dos freelancers. Acredito que existe um potencial enorme para se poder ganhar muito dinheiro. Não será certamente algo da noite para o dia, mas com o tempo pode ser um trabalho bem rentável. Além disso, é um mercado em crescimento e que tem duplicado os seus rendimentos de ano para ano. É muito comum vermos freelancers que ganham duas a três vezes mais do que ganhavam antigamente. Por outro lado, também é comum vermos profissionais que não conseguem trabalhar durante três meses sequer. Tudo depende da estratégia aplicada.
E na sua área, você tem ideia de quanto são os ganhos médios? São semelhantes aos apresentados nos estudos?
Abraço!