Saiu há alguns dias um relatório internacional que estudou as mais variadas vertentes do mundo freelancer, no qual foram apresentados resultados bastante interessantes. O documento foi realizado por Ed Gandia, um conceituado freelancer responsável pelo evento anual Internacional Freelancers Day, que fez o questionário a quase 1.500 freelas distribuídos por diferentes áreas e profissões. O objetivo deste estudo, que pode ler aqui, foi tentar perceber melhor os comportamentos dos freelancers, quais as suas características, o que eles fazem, há quantos anos trabalham no mercado, as suas idades ou ainda se existem mais homens ou mulheres nesta área de mercado.

Mas antes de passarmos aos números em si, é importante termos alguns pontos em consideração. Em primeiro lugar, sabemos que o estudo foi realizado em vários países mas não sabemos exatamente quais, pelo que é necessário adaptar estes dados à nossa realidade, neste caso Brasil ou Portugal. Depois, também é importante que o leitor retire algumas conclusões pessoais no que toca a estes dados. Principalmente para perceber se a sua área está demasiado concorrida ou não, se sente as mesmas dificuldades que os outros freelas ou se está a receber os mesmos valores que os seus colegas de trabalho. Preste atenção as dados seguintes e retire as suas próprias conclusões!

DADOS

Quais são as profissões mais comuns: Este estudo perguntou aos vários freelancers qual era a sua profissão. Para surpresa de alguns, a profissão de Designer foi a mais selecionada, com 20% dos votantes. De seguida ficaram os escritores (18%), editores (10,5%) e Copywriters (10,3%). No fundo da tabela ficaram os organizadores (0,1%) e animadores (0,2%).

Localização: Segundo a enquete, grande parte dos freelas localizam-se na América do Norte (77%), Europa (11,3%) e Ásia (5,4%). Apenas no quarto posto está a América do Sul, com 2,5%, o que representa bem o quanto esta parte do mundo ainda tem para crescer na área do freelancing.

Idade: Como podemos ver pelo estudo, o freelancing não tem qualquer limite de idade. Vejamos: segundo os dados, o espaço etário em que mais freelancers trabalham é entre os 30 e os 39 anos, com 25,6%. No entanto, o que mais surpreende é o segundo colocado. Com 25,2% dos votos, estão os freelas entre os 50 e os 59 anos. Logo de seguida, estão os profissionais entre os 40 e os 49 anos, com 24,8% das respostas. Com menos de 20 estão apenas 0,3% dos freelas.

Gênero: Este é um dos dados mais surpreendentes. Pelo que parece, são as mulheres que mais trabalham como freelancers. As freelas estiveram em maioria no estudo, representando 71,1% dos profissionais. Como é óbvio, os homens foram apenas 28,9%.

Experiência: Este foi também outro dos dados interessantes. Pelo que parece, grande parte dos freelas têm mais de dez anos de experiência, o que representa bem a satisfação destes profissionais a longo prazo. Responsáveis com mais de 10 anos de freelancing representam 34% do mercado de trabalho. Logo de seguida estão os que trabalham na área de 3 a 5 anos, com 25% das respostas. No terceiro posto estão os freelas com 6 a 10 anos de experiência, que representam 15,7 %.

Trabalho: Para o estudo, a maioria dos profissionais (66%) trabalham como freelancers a full-time. Em segundo lugar estão os profissionais que trabalham como freelancers a part-time mas que não tem qualquer outro trabalho, representando 15% dos votantes. Em terceiro lugar, com 13,7%, estão os profissionais que têm um emprego normal e ainda trabalham como freelancers.

Ganhos primários: Apenas 30% dos questionados são responsáveis por garantir os rendimentos para o seu lar, enquanto que os restantes 70% dividem os ganhos e as despesas com outro elemento familiar.

Razões para trabalhar como freelancer: Este ponto não surpreende de todo: 28% dos profissionais começam a trabalhar como freelancers para terem maior liberdade no seu trabalho. Logo abaixo estão aquelas pessoas que começaram o trabalho de freelancer apenas para seguirem aquilo que realmente gostavam (22,6%). Em terceiro posto, com 14,4%, estão aqueles que começaram a trabalhar como freelas quase por acaso. De realçar que em último lugar estão aqueles que trabalham como freela apenas para conseguirem mais rendimentos. Nesta parte, o estudo decidiu separar os homens das mulheres e mais uma vez os dados são interessantes. É que dos freelas que decidiram iniciar  a carreira de autônomo, apenas para terem maior flexibilidade no trabalho, a maioria são mulheres. Este é mesmo o único ponto em que as mulheres têm maior percentual que os homens.

Benefícios de ser freelancer: Ter mais flexibilidade de horário foi, com grande destaque, a opção escolhida pelos profissionais para optarem pelo regime de freelancing (25% dos votos). Logo de seguida veio a variedade de projetos em que podem trabalhar (14,5%) e a chance de serem o seu próprio chefe (14%).

Mais tempo livre?: Esta foi a questão colocado neste ponto e talvez para surpresas de muitos, 46% dos questionados afirmaram que têm mais tempo livre depois de iniciarem o seu trabalho de freela. Em segundo lugar vieram justamente aqueles que afirmam terem menos tempo depois de iniciarem a carreira de freela (27,1%), sendo que no terceiro posto ficaram aqueles que não sentiram qualquer diferença, com um percentual de 21,1%. De realçar também que quem respondeu que tinha mais tenho, grande parte foram mulheres (46,8%) contra os 45% dos homens.

Tempo livre por profissão: Depois de grande parte ter admitido que tem mais tempo livre, quem parece beneficiar mais deste fator são os fotógrafos. 75% dos fotógrafos afirmaram que têm mais tempo livre com o seu trabalho de freela. Em segundo posto ficaram os assistentes virtuais (61,5%), enquanto que com o terceiro posto estão os pesquisadores (52,4%). Em último lugar ficaram os desenvolvedores.

Mais feliz enquanto freela?: A felicidade parece reinar entre os freelas. 90% dos questionados afirmou que encontra-se mais feliz depois de começar a trabalhar como freelancer. E mais uma vez as mulheres dominam quando o assunto é dividir a questão por gêneros: dos que afirmaram estarem mais felizes, 64,% das respostas foram feitas por mulheres enquanto que os homens ficaram com 55,4%. Parece também existir uma forte relação entre os freelas que estão há mais tempo no mercado e os mais felizes. É que grande parte das respostas afirmativas sobre a felicidade no seu trabalho foram feitos por profissionais que estão há mais de 10 anos no mercado. Os mais infelizes são os que estão há menos de um ano.

Abandonaria o seu trabalho de freelancer?: Quando foi realizada esta questão, 55,1 dos participantes respondeu que jamais trocaria o seu emprego de freelancer. Já 36,1% referiu que iria ponderar, dependendo sempre da oferta. Destaque ainda que apenas 1,8% aceitaria imediatamente.

Sente maior segurança?: Este parece ser o campo em que os freelas sentem-se mais inseguros. Apesar disso, ainda foi superior a 50% os que responderam que sentiam-se mais seguros trabalhando como freelas, num total de 58%. Este fato contradia, em muito, a ideia que tem a sociedade de que a segurança é maior num emprego normal. Menos de 5% dos entrevistados afirma que se sente bem menos seguro no seu trabalho como independente.

Delega trabalho para outros?: Pelo que parece, a maioria dos freelas não gosta de delegar os seus trabalhos. Isto porque grande parte dos profissionais, mais propriamente 59,7%, respondeu que não tem por hábito entregar as tarefas a outras pessoas.

Desafios para os freelancers: Talvez uma das questões mais importantes de todo o estudo. Qual é o principal desafio para o freelancer? A maioria dos entrevistados (20,8%), respondeu que encontrar clientes é mesmo a sua principal dificuldade. Surpreendente também foi que apenas 0,2% tem dificuldades em cumprir as datas com os clientes, o que é um dado excelente. Outro ponto interessante e satisfatório foi verificar que apenas 3,4% dos profissionais tem dificuldades em ser pagos a tempo pelos seus clientes.  Olhando apenas para os que têm dificuldades em encontrar clientes, parece que os consultores de negócios, fotógrafos e Copywriters são os que têm maiores problemas.

Como cobra pelos seus serviços: Também é interessante verificar que grande parte dos freelas opta por fazer uma cobrança por projeto, representando quase 60% dos profissionais. Já a cobrança por hora de trabalho ficou pelos 34,5%. E no que toca aos ganhos à hora, de realçar que 15% dos freelas afirmou que cobrava entre 50 a 59 dólares à hora, o que é um valor excelente.

No entanto, a média rondou sempre entre os 20 e os 59 dólares. Pelo que parece, os designers também são os profissionais mais bem pagos, com valores  entre os 70 e os 79 dólares por hora, seguidos dos escritores (50 – 59). Já os consultores de negócios e os marketeers também apresentaram valores altos, mas o fosso entre as horas mais bem pagas e as menos bem pagas foi muito grande, o que leva a duvidar um pouco sobre a veracidade desses dados. Outro fator que parece estar em sintonia com os ganhos é a idade: quanto mais velho o freela, maiores são os seus ganhos. Na parte financeira foi também analisado a questão dos ganhos por gênero e mais uma vez as mulheres levam vantagem, ganhando em média mais por hora do que os homens.

Diferenças de rendimentos antes/depois: Para alegria de muitos profissionais, 38% dos entrevistados responderam que estão a ganhar mais agora do que ganhavam anteriormente. No entanto, um pouco mais abaixo com 33,2%, estão aqueles que agora recebem menos do que recebiam antes. No que toca a profissões, Developers, Assistentes virtuais e Designers são aqueles que viram os seus rendimentos subir depois de começarem como freelas.

Horas de trabalho: Apesar de alguns verem os rendimentos subir, a verdade é que grande parte dos freelas afirmou que trabalha pelo menos 40 horas semana, ocupando 29%. Já 27,3% respondeu que trabalha entre 31 a 40 horas por semana. O estudo também dividiu a questão das horas por localidades, sendo que os freelancers da Austrália (35%), América do Sul (34%) e Europa (33%), trabalham por norma 40 horas por semana.

O estudo contemplava ainda mais algumas questões. No entanto, decidi destacar apenas aquelas de maior relevância, sendo que se você quiser analisar os restantes dados basta clicar aqui de forma a ter acesso ao estudo.

Visto que estes dados representam grande parte dos freelas norte-americanos, tendo sido questionados apenas alguns profissionais de outros continentes, peço que deixe um comentário logo abaixo a contar a sua realidade, afirmando se estes valores correspondem ou não ao seu dia-a-dia.

Até já e bom trabalho!

Masterclass Gestor de Tráfego

Aprenda a dar os primeiros passos numa das profissões que mais cresce em Portugal.

Descubra como pessoas que sabiam ZERO sobre Marketing Digital conseguiram através de uma profissão mudar de vida e conquistar ganhos de mais 1000 euros por mês