Hoje decidi partilhar com os leitores um artigo que já estou algum tempo para escrever. O texto que li na revista Sábado e que dá exemplos de seis jovens que fizeram sucesso no mundo dos negócios antes dos 18 anos foi o empurrão final que precisava para fazê-lo. São realmente casos espetaculares que vale a pena conferir. É muito interessante ver o modo como estes “crianças” não tiveram medo de arriscar e acreditaram nas suas capacidades. Essas são, infelizmente, duas atitudes que as pessoas acabam por ter, acabando por não investir no seu negócio enquanto freelancer. O medo, essa atitude psicológica, que nos impede de dar um passo à frente e deixa-nos reféns do nosso presente e passado, não pode existir na sua cabeça e estes jovens são exatamente o exemplo de que investir compensa.
Ao contrário da maioria dos meus artigos, este texto não é prático, mas funcionará mais como uma motivação para começar (de uma vez por todas) a investir no seu negócio enquanto freelancer. A crise não pode ser desculpa, nem a falta de dinheiro ou o fato de ser muito novo para isto devem impedi-lo de começar algum projeto. Estes jovens agarraram-se àquilo que acreditavam com todas as suas forças e não deixaram que nada nem ninguém os impedisse de concretizar os seus objetivos. Trabalharam e estudaram mais que os outros. Não viram na idade um fator de impedimento, muito antes pelos contrário.
Os 6 jovens freelancers que atingiram o sucesso antes dos 18 anos
Suhas Gopinath
É dono da empresa Global Inc, que se dedica à produção de sites e software. Conta com 400 funcionários e 11 escritórios em todo o mundo. Actualmente com 24 anos, o empresário começou a investir nos negócios muitos antes. Mais propriamente aos 12 anos, quando percebeu que estava a gastar toda a sua mesada de 25 rupias (moeda indiana) num cibercafé ao lado de casa. Ofereceu-se, então, para tomar conta do espaço das 13 às 16 horas. Em troca, tinha internet grátis. Aproveitou todo o tempo que podia ficar na internet para aprender a construir sites e triunfar na internet. Pouco depois, estava a construir o seu próprio site de divulgação de eventos indianos pelo mundo. Foi um sucesso, sendo inclusive atacado porque hackers do Paquistão.
Depois disso, decidiu criar a Global Inc., mas não podia fazê-lo no seu país: a lei indiana não permitia criar empresas antes dos 18 anos. Em 2005, um investidor do Texas ofereceu-lhe 71 milhões de euros por uma participação na Globals. Suhas Gopinath recusou a proposta e continuou com o seu escritório a cinco minutos de casa. Sim porque a mãe do empresário faz-lhe apenas um pequeno pedido quando ele fundou a empresa: “Tens que manter o escritório a cinco minutos de casa”. Assim o é até hoje. Existem outras declarações da mãe de Suhas que achei bastante curiosas, e que o podem ajudar a ter uma noção da vida deste investidor: “Ele fica no computador até às quatro da manhã e às oito da manhã já esta no escritório”.
Apesar de ter uma grande fortuna, este empresário afirma manter o mesmo estilo de vida: continua a viver numa casa média, tem um carro normal e não tem um celular de última geração. Ele afirma ficar algumas vezes fica triste por não ter tido uma juventude como a maioria dos seus amigos. Eles iam ao cinema enquanto ele ficava na frente do computador e trabalhava. “Me incomoda que até meus colegas estudantes me chamem de senhor, tirem fotos minhas com seus celulares ou peçam autógrafos”. Gopinath balança a cabeça. “Eu nunca quis ser um astro”.
Ashley Qualls
Disponibiliza diariamente e grátis vários layouts para o Myspace no seu site Whateverlife. A sua primeira investidora foi a mãe, que lhe emprestou seis euros para a compra do domínio do site quando Ashley Qualls tinha 14 anos. Recebe mensalmente cerca de 50 mil euros só com o site. Sim, porque a empresária tem outros projetos: uma revista, uma loja e montou um fórum. O seu primeiro cheque veio do Adsense, com a modesta quantia de 2 mil e 700 dólares. Os dados do seu site são impressionantes: atrai mais de 7 milhões de visitantes todos os meses e mais de 60 milhões de impressões de páginas. Comprou há pouco tempo uma casa a pronto pagamento no valor de 200 mil dólares e mãe dela afirma debater-se diariamente com um problema: a filha não sai de casa porque fica constantemente a trabalhar. Já recusou duas propostas para venda do seu site. Uma no valor de um milhão de euros e outra de 500 mil euros, um carro e um programa na internet no valor de 1,4 milhões de euros.
Ian Purkayastha
Trabalhar actualmente no negócio da trufas, fundando o Tarfufi Unlimited. Tudo começou quando as provou num restaurante. Adorou o sabor e decidiu comprar meio quilo por 107 euros a um vendedor francês e aventurar-se na cozinha. Como sobraram muitas, decidiu vender o que produziu a um restaurante e lucrou mais de 300%. Foi nesse momento que o empresário descobriu que tinha ali uma oportunidade de negócio. Começou a usar a garagem dos pais catalogar e empacotar as trufas. Depois, meti-as na mala do carro e ia vendê-las. Começou a apostar no negócio e em 2009 conseguiu um lucro de 700 mil euros. Até hoje continua a produzir as trufas e a buscá-las aos aeroportos, tal como os seus empregados.
Cameron Johnson
Aos cinco anos começou a vender tomates aos vizinhos e aos nove fazia convites para festas dos pais. Aos 12 ofereceu 70 euros por uma colecção de bonecas à irmã e dias depois vendeu a 700 euros no Ebay. Contatou a empresa que as produziu, comprou mais bonecas e voltou a vendê-las. Antes dos 12 anos já tinha conseguido ganhar 89 mil reais só com os seus negócios. O seu primeiro grande negócio surgiu do dinheiro que tinha ganho anteriormente. Criou o software Surfingprizes.com, que pipocava pop-ups no navegador das pessoas, pagando alguns centavos. Perto de completar 15 anos acabou por vendê-lo conseguindo o seu primeiro milhão.
Hoje em dia ele vive de seu trabalho como seu próprio relações públicas, é autor de best-sellers sobre como se tornar um milionário e dá palestras sobre o tema. Além de alguma participações em programas de TV.
Algumas dicas de Cameron Johnson são: começar pensando pequeno, procurar lucro em coisas próximas de você e não fazer dívidas.
Leann Archer
Hoje tem apenas 14 anos, mas já consegue lucros na ordem 200 mil dólares por mês. Fundou a sua empresa Leanna’s Inc aos 9 anos com uma linha de 12 produtos naturais para o cabelo. Os produtos são preparados na cave da casa a partir de uma fórmula pela bisavó no Haiti. Sempre que a avó preparava os produtos para a família, Leanna usava uma parte para encher frascos de comida e levá-los à escola. Os pais só começaram a perceber que a filha estava a ter um negócio quando começaram a chegar cheques para casa. Leann Archer foi a empresária mais jovem a tocar os sinos da bolsa de NASDAQ. A empresa recebe mais de 350 encomendas por semana mas Leann tem uma regra diária: só começa a trabalhar para a empresa quando terminar os seus deveres de casa.
Jason O’Neill
Este empresário ainda frequenta o colégio mas já gere uma grande empresa. E o seu negócio até parece ser bastante estranho: fabrica criaturas coloridas para enfeitar os lápis. A sua empresa chama-se Pencilbugs mas tudo começou quando ele tinha ainda nove anos. Perguntou à mãe se a poderia ajudar no trabalho dela e ficar com uma parte dos lucros. A resposta foi um redondo não. Se Jason quisesse, teria que criar o seu próprio produto, afirmou a mãe. Foi assim que o jovem fundou a PencilBugs. Começou por atender apenas encomendas de parentes e familiares mas logo tratou de alargar o negócio. Todos os bonecos fabricados por si ganham um nome e um certificado de qualidade. Já publicou um livro para jovens empreendedores e dá algumas palestras. Mas tudo é feito nos tempos livres, visto que ainda está no colégio.
A sua mãe diz que ele já aprendeu coisas que seriam impossíveis de serem aprendidas na escola. “Desde muito novo, ele começou a perceber de finanças pessoais. Tornou-se um bom gestor”. Para quem pensa em arriscar na sua vida como freelancer, Jason deixa um conselho: “Nunca nenhum de nós pensou que este negócio fosse ter o sucesso que tem. Portanto, se você tem uma ideia, coloque-a em prática. Pode ficar surpreendido com o resultado final”.
Que lições podemos retirar destes jovens empresários?
1. Não há um momento certo para começar
Como viram, todos eles começaram os seus negócios antes dos 18 anos e conseguiram um sucesso enorme à mesma. Chega daquela desculpa de que só vai começar o seu negócio quando terminar a faculdade ou que está esperando pelo momento certo. É como ter um filho: Não existe o momento certo para isso acontecer. Por isso, e tal como demonstram estes seis exemplos, estude um pouco do mercado que quer investir e comece já amanhã a trabalhar no seu negócio.
2. Sucesso é sinônimo de trabalho
Nenhum deles atingiu o sucesso porque provinha de famílias ricas. Isso é uma das grandes desculpas para não começar o seu próprio negócio. Todos eles afirmam que trabalham e muito. Que alguns até perderam a sua juventude pois estavam sempre dedicados ao seu negócio. Ganhar uma coisa por vezes significa perder outra. Alguns dormem apenas quatro horas por dia, outros seis. Eles são a prova de que não se vai a lugar nenhum sem muito trabalho.
3. O dinheiro não é a principal motivação
Mesmo hoje, com fortunas de milhões, estes jovens continuam a apostar em novos projetos e a torna-los rentáveis. Isso só prova uma coisa: não é o dinheiro que os motiva. Caso contrário, já teriam deixado de investir há muitos anos. Quem chega a este ponto é porque a motivação e o gosto pelo trabalho são os principais fatores para continuarem. Eles sabem que o dinheiro será sempre uma consequência disso e nunca uma motivação. Para eles funciona como um jogo, no qual eles têm que vencer. O caminho que fazem para lá chegar é o mais importante. Depois de conseguida a vitória, esse triunfo deixa de ter interesse. É o que sempre lhe digo para fazer enquanto freelancer: cada batalha é diária e o triunfo de ontem não garante o sucesso de hoje.
4. Os desafios existem para serem ultrapassados
Nenhum deles teve um início fácil. Até porque começar um negócio quando se tem apenas 12 anos não deve ser uma tarefa nada fácil. Mas isso não foi suficiente para os parar. Viram nesses desafios um modo de motivação, um obstáculo que estava ali para ser contornado. Quando vê uma pessoa de sucesso, pensa que tudo é perfeito, que não existem problemas e que os contratempos apenas acontecem a si. Errado! Os desafios devem fazer parte de quem quer alcançar o sucesso. E acredite que eles hoje em dia ainda os têm, mas continuam a ter a mesma atitude que tiveram há alguns anos perante os desafios: a contorná-los.
5. Trabalhe em nichos
Sempre digo aqui: nichos, nichos e…nichos! Como pôde ver, nenhum deles criou um grande supermercado, abriu uma bomba de gasolina ou um café. Foram atrás de mercados mais pequenos, onde a exigência é maior mas que se podem tornar líderes. Alguns até criaram necessidades. Um deles até vende enfeites para colocar nos lápis. Atuar num nicho é determinante hoje em dia.
6. Acredite sempre!
Nenhum deles duvidou que conseguiria ter sucesso com os seus negócios. Aos 12 anos, tiveram uma determinação que nós adultos por vezes não temos. Acredite que eles tiveram que deixar de ouvir muitas pessoas (por vezes os seus próprios pais) que com certeza diziam que eles deviam deixar isso de parte e fazer o que 90% das pessoas fazem. Se estiver a pensar em começar o seu negócio como freelancer, não pense que todos lhe vão dar o maior apoio e dizer que tudo vai dar certo. Uns vão falar da crise que atravessam os negócios enquanto outros vão lhe dar o exemplo de outro que tenha falhado. Nesse momento terá que acreditar apenas em si e no seu negócio.
7. Muito dinheiro não significa grandes luxos
Alguns deles já investiram pesado e compraram grandes carros e casas. Mas também é certo que outros preferiram continuar com as coisas que tinham. Muitos empresários adoram comprar carros e casas novas mal começam a ter algum sucesso. Se tudo continuar assim não tem problema. O pior será mesmo se o projeto não der os frutos esperados. Portanto, deixo-lhe aqui um conselho: mantenha a humildade. Ter um projeto para ganhar dinheiro e depois demonstrar que está a ter sucesso comprando bens materiais, não ]e estar no caminho certo. Saber viver uma vida simples tendo muito dinheiro é um sinal de maturidade empresarial.
8. Não pare quieto
Eles começaram um negócio, mas rapidamente começaram a investir em outros projetos. Acontece porque é isso mesmo que os motiva: continuar a criar empresas. Se já começou o seu trabalho enquanto freelancer, não se encoste a ele e pare de criar coisas novas. Arrisque em outras áreas ou tente constantemente reinventar a sua empresa. Parar pode ser a sua morte.
9. Invista
Como pôde reparar, nenhum deles começou o seu negócio do zero. Investiram num domínio, iniciaram uma empresa ou compraram meio quilo de trufas. As formas como iniciaram os seus negócios foram várias, mas investimento foi o que nunca faltou. Talvez seja o momento de começar a pensar em investir no seu negócio para ele realmente andar para a frente.
10. Apenas custa começar
O passo entre uma ideia de negócio e o real começo do mesmo é sempre o ponto onde a maioria das pessoas falha. Como disse Jason O’neill, “se você tem uma ideia, coloque-a em prática. Pode ficar surpreendido com o resultado final”. Se está na dúvida entre começar hoje ou amanhã, a minha resposta é: comece agora. Depois disso, verá como começa a aprender com o negócio e a crescer como nunca pensou conseguir.
Aprendeu alguma coisa com estes empreendedores?
Temos sempre algo a aprender com os mais novos. Então com os exemplos dados acima, muito mesmo. Pessoas que começam há pouco tempo uma esperança no futuro que homens que já trabalham há muito tempo no mercado não conseguem ter. E é essa esperança que temos saber utilizar no nosso negócio enquanto freelancer. Essa esperança traz motivação e criatividade a tudo aquilo que faz. Alguém que esteja agora a começar os seus negócios deve sempre ser visto como uma fonte de esperança e não como alguém inexperiente e que pouco sabe. Acredite nos jovens, pois eles serão amanhã os seus melhores aliados.
E o leitor, o que achou destes exemplos? Já conhecia alguns destes jovens? O que aprendeu com eles?
Abraço e ate já!